O jogo de RPG nas aulas de História: como adaptar essa ferramenta à sala de aula
Suas aulas de História podem ficar ainda mais interessantes utilizando o jogo de RPG como ferramenta e adaptando-a ao ambiente de ensino como uma metodologia de gamificação. Isso porque o jogo de RPG é um jogo essencialmente narrativo que explora a imaginação, a interação de personagens e a ação desses mesmos personagens em um determinado cenário e tempo: isso pode ser divertido e também muito didático. Mas como utilizar esse jogo nas aulas de História?
O que é o jogo de RPG? O que ele tem a ver com aulas de História?
O Role Playing Game ou RPG é um estilo de jogo narrativo com elementos de aleatoriedade cujo objetivo pode ser moldado de acordo com os interesses da figura do mestre do jogo. Por ser um jogo narrativo ele é muito interessante adaptado para as aulas de História.
No jogo de RPG quem assume o papel de mestre fica responsável por criar a trama, direcionar os personagens distribuídos entre os jogadores e narrar o papel dos personagens que não serão controlados por nenhum jogador. Cabe ao mestre também a função de interpretar regras e aplicá-las quando necessário.
O chamado RPG de mesa pode ser considerado um primo do jogo de tabuleiro por conter um mapa, miniaturas e dados. Você pode saber mais sobre a utilização de jogos de tabuleiro nas aulas de História clicando aqui.
Esse jogo é muito popular e conhecido entre os adolescentes e jovens e existe em todo o mundo milhões de fãs e jogadores, dedicados a criar histórias, comunidades e produtos em torno desse assunto.
O que é preciso para se jogar RPG nas aulas de História?
Por ser um jogo muito popular na cultura pop, aparecendo referências do RPG na literatura, no cinema, nos desenhos animados, nos jogos eletrônicos e em séries, o professor que decidir abordar esse tema, terá certamente a adesão e o engajamento de seus alunos nas aulas de História.
O jogo de RPG em si é um nicho com uma variedade enorme de itens à venda, porém, em sua maioria, os itens relacionados ao RPG de mesa são puramente opcionais, servindo para enfeitar e melhorar a experiência, mas não são estritamente necessários para jogar.
Para começar a jogar RPG de mesa nas aulas de História basta utilizar os seguintes itens: uma caneta ou lápis; um caderno ou local para anotar informações; uma moeda, ou se preferir, dados simples de 6 faces.
Se desejar investir um pouco de dinheiro para começar a jogar de forma mais organizada, compre uma dúzia de dados de seis faces, popularmente conhecidos como D6. Esses dados são importantes para tornar as jogadas mais aleatórias, trazendo a sensação de estar escrevendo a história, não apenas seguindo um roteiro.
Pode ser interessante imprimir as fichas de personagens e o mapa da região onde a história se desenrola. Mas se preferir o mapa e as fichas podem também ser feitas à mão.
Como planejar um jogo de RPG nas aulas de História?
Para planejar um jogo de RPG direcionado às aulas de História é preciso primeiramente pensar um roteiro e um cenário. Em sala de aula, o papel do Mestre deve ficar para o professor, pois, por mais que os jogadores possuam a capacidade de alterar alguma trama, é o Mestre quem prepara a história e controla os elementos para guiar os jogadores.
Além disso é importante que cada um dos jogadores possua uma ficha de personagem (como a ficha da imagem acima) que pode ser impressa e entregue aos alunos, ou escrita em seu caderno.
As fichas de personagem são onde aparecerão o quanto de vida, de energia. Equipamentos, aparência e história de cada um dos personagens podem ser pensadas previamente e adicionadas na ficha.
Para utilização do RPG nas aulas de História esse planejamento deve ser feito anteriormente ao dia do jogo.
Que tipo de sistema de RPG pode ser utilizado em sala de aula?
As habilidades de cada personagem costumam frequentemente ser associadas a um SISTEMA de jogo que consiste em uma junção de regras de como jogar.
Existem diversos sistemas de jogo de RPG e muitos deles podem ser adaptados às aulas de História. Porém, alguns sistemas são bastante complexos, por isso sugerimos a utilização de um sistema simples, já testado em aulas de História, chamado "Lasers e Sentimentos". Você pode entender mais sobre esse sistema e ter acesso a ficha que nós montamos para ele ao fim deste post.
Como posso usar o RPG nas minhas aulas de história?
No RPG você pode contar uma história em qualquer temporalidade e localização geográfica. Pode ser um história ambientada numa época contemporânea ou num mundo medieval com arcos e espadas. Na verdade, a Idade Média é um dos principais cenários das aventuras mais famosas de RPG como o Dugeons & Dragons (D&D).
As aulas de história possuem especificidades que todo professor já conhece. O tempo é um fator primordial para aplicar dinâmicas bem-sucedidas nas aulas de história, isso porque o tempo é limitado, então, antes de tudo, é recomendado que, para se jogar RPG, com qualquer turma o professor disponha de mais de uma aula.
O RPG no ensino de história pode seguir dois modelos básicos onde você como professor mestrará para uma sala inteira ou você mestrará para menos alunos em horário fora da sala de sala, em projetos, por exemplo.
RPG na sala de aula de História:
Em uma sala de aula comum, costumamos encontrar de 20 a 40 alunos, no RPG convencional cada mestre pode suportar até 5, no máximo 6 jogadores. Sendo assim, como mestrar?
Primeiro, divida sua sala em 5 grupos, cada jogador pode:
a) Ser controlado por um grupo inteiro de alunos, com eles decidindo entre si as ações do personagem e depois comunicando o consenso deles a você.
b) Cada aluno representando a si mesmo como jogador, no entanto, sempre decisões importantes deverão ser um consenso, mas cada um pode ter sua ficha de jogo e sua individualidade, todos fazendo parte de um mesmo grupo, com 5 grupos diferentes em sala.
O RPG em projetos:
No contraturno, ou com menos de 10 alunos em sala (se isso for possível em sua realidade), você mestrará para seus alunos, cada um deles representará o seu próprio personagem e poderá tomar decisões por conta, desde que façam sentido com a narrativa que você propor.
Sendo assim, poderão ser até 10 pessoas pensando em soluções diferentes para o mesmo problema, podendo gerar debates acerca de temas muito amplos que você poderá guiar. Este é o modelo "ideal", porém como citado, só pode ser feito com uma quantidade menor de alunos por vez.
No que essa metodologia agregaria em minhas aulas de História?
Os jogos educativos em geral tem um grande potencial no ambiente de sala de aula, especialmente porque cumprem o papel de engajar o aluno, fazendo com que ele participe ativamente das aulas de História, por isso temos trabalhado no desenvolvimento de jogos educativos que você pode acessar gratuitamente clicando aqui.
O jogo de RPG aliado com o conhecimento do professor pode trazer mais entusiasmo e participação para as aulas de História.
O professor pode vivenciar a história com os alunos utilizando o RPG, permitindo explorar não somente suas fantasias de protagonismo, mas também a sociabilidade, a inteligência em suas mais variadas formas e a vontade em querer aprender, que é fundamental para um aprendizado significativo.
Referências:
Curso Jogando com a História: https://www.canalcurtahistoria.com/cursodegamificacao
Download da Ficha de Personagem: Clique AQUI!
Conheça o sistema Lasers e Sentimentos: https://www.youtube.com/watch?v=exyH9eSQBdM
Baixe de graça o a explicação do sistema Lasers e Sentimentos: https://drive.google.com/file/d/12cWJAc_ZLAkKtM_Nxldv7LIJ2CsJQe9j/view
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